quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Síntese do Grupo de Trabalho 4

"Multidimensionalidade e desenvolvimento do/no território"


Coordenadores/as


Eduardo Schiavone Cardoso (UFSM - Santa Maria-RS)


Renata Gonçalves (UEL - Londrina, PR)


Karina Furini (UFAC - Rio Branco, AC)


Roseli Alves dos Santos (UNIOESTE – Fco. Beltrão, PR)


O grupo recebeu um total de 30 resumos inscritos, oriundos de projetos de pesquisa e de extensão desenvolvidos por autores em diferenciados momentos de formação e de distintas instituições. Os trabalhos foram aprovados, as sugestões enviadas aos autores e dois deles foram remanejados para outros GTs da jornada por contemplarem discussões pertinentes aos outros grupos de trabalho.


Dentre os 28 trabalhos do GT4, 12 deles centram suas análises na realidade paranaense, a partir de recortes regionais, municipais ou locais. 3 deles na Paraíba, 3 no estado de São Paulo, 2 em Sergipe, 2 no Rio Grande do Sul, 1 em Goiás, 1 na Bahia, 1 no Acre e 1 em Santa Catarina. Dois trabalhos não apresentam uma análise centrada em um recorte espacial específico, tratando em um dos casos da questão do MST e noutro um estudo que abarcou realidades curitibanas e paulistanas. Em uma perspectiva da abrangência da jornada e sua discussão, o GT contempla estudos das distintas regiões brasileiras.


Os trabalhos explicitam uma parcela do mundo do trabalho, abrangendo discussões específicas sobre trabalhadores rurais, fabris, camponeses, pescadores, seringueiros e aquicultores. Além da questão laboral, os sujeitos sociais de algumas pesquisas são definidos com base nas categorias de quilombolas e de populações tradicionais. A discussão da questão de gênero se apresenta como foco de análise em seis trabalhos. A presença de sujeitos sociais, cujas identidades, ações e problemáticas apresentam questões laborais, étnicas e de gênero e em algumas análises mesclam estas questões no mesmo sujeito, apresenta uma parcela do desenho societal do mundo do trabalho em sua dinâmica e os enfrentamentos teóricos postos para seu entendimento. Alguns trabalhos tratam os sujeitos sociais como atores, uma questão interessante para a discussão, se considerarmos seu processo mais ou menos ativo e politizado frente aos embates que enfrentam na sua reprodução social.


Outro enfoque diz respeito ás questões de gênero, principalmente referente aos processos organizativos envolvendo as mulheres trabalhadoras. A discussão de gênero no contexto das organizações do trabalho demonstra além das dificuldades de inserção das mulheres, também sua invisibilidade na organização social e territorial, inclusive em momentos e espaços de luta contra injustiças sociais. A participação das mulheres no mundo do trabalho apresenta especificidades e alguns resumos procuram destacá-las no sentido de compreender e superar as condições preconceituosas nas quais as relações de gênero estão inseridas. As relações de preconceito e subordinação representam de forma expressiva a precarização do trabalho, as quais aumentam ainda mais o processo de exploração das mulheres trabalhadoras.


A questão do desenvolvimento se apresenta sobre vários enfoques nos trabalhos do GT. Em algumas delas está explícita a questão do desenvolvimento em partículas do território, cujos recortes se apresentam sob a forma de APL’s, Áreas Protegidas, Microbacias e outros. Existem também os recortes institucionais estabelecidos por um ou outro projeto governamental com dimensão regional, rural ou urbano, as propostas de gestão territorial e as políticas estabelecidas nessas escalas.


Nesse aspecto, parte dos estudos realiza a análise dos conflitos e dos embates oriundos destas políticas em relação aos sujeitos sociais, que demandam questões territoriais, econômicas, ambientais, dentre outras. Da mesma forma, as ações de tais sujeitos são explicitadas em alguns dos estudos, abrangendo formas mais ou menos organizadas de resistência. Assim como relativo aos projetos e políticas públicas, as lutas engendradas pelos sujeitos em questão, defronta-se com a ação e expansão do capital, em distintas manifestações – fundiário, industrial, imobiliário, empresarial, entre outros, por sobre seus territórios de produção e reprodução.


Algumas pesquisas apontam para temáticas específicas que podem contribuir para a discussão do grupo, dentre elas a questão da saúde do trabalhador, espaços e territórios das manifestações religiosas e a agroecologia. Ainda que não presentes de forma explícita na ementa do GT, tais temáticas permeiam as questões que envolvem os sujeitos sociais, o trabalho, o território.





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